segunda-feira, 9 de maio de 2011

As Faces do Destino (parte 2)

...Lembranças de um passado que parecia ainda estar intacto em sua memória.
Lembranças...quantas lembranças...seria mesmo verdade?tudo estava de volta...?
Estaria vivendo tudo de novo...???
Elas não cessavam,vinham como em um turbilhão,porque lembranças são assim...
Quando começa,vai buscar longe,e as lembranças estavam chegando aos montes,tudo...tudo de volta,sentimentos revirando tudo por dentro.
O ar da noite estava incrívelmente ameno,depois da chuva,respirar fica ainda melhor.
Quando chegou naquele ponto de ônibus,eram 19:00hs,parecia ser muito mais tarde,é bem verdade,por conta do tempo,olhando agora para o relógio,este marcava quase 22:30hs,e ele percebeu que acabou se destraíndo em seus pensamentos,andou apressado,estava ficando tarde,chegou ao ponto de ônibus,e logo avistou um ônibus,Vila Isabel,dizia o letreiro,seu bairro,tomou-o,e se foi,na cabeça,ainda muitas lembranças...
No "Solar das Flores",depois que passou pela porta de vidro escuro,e deixou Carlos com suas lembranças,na calçada,Adriana pegou o elevador,e subiu,mas só até o 3º andar,sua casa aconchegante e querida,já não pensava mais na aventura,apenas em tomar um banho,e descansar...
E foi o que fez,tomou seu banho,preparou um lanche leve,foi ver o que tinha na tv,nada de interessante,como sempre,foi para o computador,checar seus e-mails,amanhã era sábado,dia de acordar tarde.
Depois de um longo tempo checando e-mails,navegando na internet,foi pra cama,e adormeceu.
Carlos chegou em casa quase meia-noite,Sansão,um pastor alemão muito bem cuidado,como sempre,veio ao portão recebe-lo.
-Ei garoto!...ele brincou com o cão.
Ele morava na periferia,uma bonita casa,que dividia com a mãe,e um irmão.
Entrou,beijou Dª Joana na testa,foi pro banho,saiu,não quis comer nada,estava agitado ainda,não sentia fome,a mãe estranhou,ele sempre comia quando chegava da rua,mas deixou pra lá,se despediram...
-Tudo bem filho,dorme com Deus!
_Amém mãe,dorme com Deus também,boa noite.
_Amém,boa noite.
O irmão,Caio,é claro,estava na balada...como todo final de semana.
Longe dali,Adriana rolava na cama,em um sonho confuso,quase um pesadelo.
No sonho alguém a perseguia,em meio a uma tempestade,rostos estranhos,paisagens confusas,coisas de sonhos,e em meio a esse desespero,acordou gritando.
-Por favor,por favor...
Sentou na cama,toda suada e confusa,no relógio digital, marcava 3 horas da manhã,tomou outro banho...
Voltando ao outro lado da cidade,Carlos não tinha pesadelo,nem sonhava,sequer dormia.
Demorou muito a pegar no sono,agitado com o encontro,e as lembranças,quantas lembranças...
Caio retornou da\balada as 06:00 horas,como sempre.
E assim,o sábado chegou,com um belo sol,depois do banho após o pesadelo,Adriana dormiu melhor,acordou as 06:00 horas,tomou café,e como ninguém é de ferro,voltou a dormir.
Acordou as 10:00 horas da manhã,cheia de disposição,afinal é sábado,dia de shopping com as amigas,e balada a noite.
Carlos despertou mais tarde,umas 11:30,ajudou Dª Joana com o final da faxina,acordou Caio,e foram ao mercado do bairro,comprar o que precisava para o almoço.
A essa hora,Cláudia,Jessica e Aline,já estavam no apartamento de Adriana.
Elas saíram,forma ao shopping,almoço,conversas,e muitas compras.
Na casa de carlos,os três almoçaram,Dª Joana e os dois filhos.
Eles almoçaram,descansaram,Dª Joana,como sempre,tirou aquela cesta depois do almoço,os filhos saíram para jogar futebol,tomaram aquelas cervejinhas,e voltaram lá pelas 17:00...
No shopping,depois de muita diversão,e compras,elas retornaram umas 19:00hs,para o apartamento de Adriana,foram para casa se arrumar para a balada.
Carlos estava longe...Caio percebeu,e na terceira tentativa,Carlos atendeu...
-Ei...acorda mano...!
-O que foi Caio...?
-Como assim,o que foi...?estou te chamando a 5 minutos.
-Desculpe cara,estava viajando...
-Percebi...!por onde andava...?
-Na noite de ontem.
E ele narrou os acontecimentos da noite anterior,para o irmão.
Caio fez um monte de perguntas depois da narração,mas carlos continuava viajando em seus pensamentos...
Caio desistiu...
Carlos viajava em um passado que estava adormecido,e vendo Adriana,tudo despertou,desde o momento em que se despediram,em frente ao "Solar das Flores",as lembranças não cessaram,estavam cada vez mais vivas dentro dele.
No apartamento de Adriana,ela terminava de se arrumar,logo as amigas chegaram,e foram elas curtir a noite em um barzinho.
Carlos e Caio também saíram,mas claro,para lugares diferentes,Caio tinha uma outra galera,e agitava muito,Carlos,mais velho,era mais tranquilo.
Carlos entrou sozinho no barzinho,onde marcou com 2 amigos mais chegados,um local discreto,e aconchegante,com música ao vivo,e muitos casais,conversando e se divertindo,Carlos sentou em uma mesa um pouco isolada(reservada),para esperar Rodolfo e Olavo,seus amigos.
De frente para a mesa em que se sentou,estavam quatro moças,não era muito perto,mas também não estava tão longe a ponto de não reconhece-la.
Sim...Sim...Adriana,Cláudia,Jessica e Aline,sentadas,bebendo,conversando,comendo,alegres,sorridentes,curtindo.
Foi como se alguém tivesse feito aquela brincadeira de girar a pessoa várias vezes com os olhos vendados,e soltá-la,Carlos estava completamente atordoado.
Não esperava encontra-la tão cedo,depois daquele encontro.
Seus amigos,Rodolfo e Olavo,chegaram,começaram a bater papo,acompanhado de uma cerveja,e petiscos,tudo muito bom,mas a certa\altura,Rodolfo notou que Carlos estava muito longe daquela mesa.
-Ei campeão...?onde você está?
-Como?
-Como...como o que cara,volta pra Terra...!
-Ah,desculpa.
-Fala aí mestre,o que houve?
-Só estava longe!
-Longe demais né...o que tem naquela mesa que atrai tanto os seus olhos.
-Já não dá mais pra disfarçar...Adriana,meu Deus,Adriana...a cada dez coisas que eu penso,20 está ela.
-Mas de onde a conhece?...disse Olavo,entrando na conversa...
E Carlos,mais uma vez naquela noite,narrou os acontecimentos da noite anterior,e continuou...
-Mas depois que deixei ela no apartamento dela,percebi que era um reencontro.
-Reencontro?(perguntou Rodolfo).
-É,assim que nos despedimos,tudo veio em minha cabeça,todo tipo de lembranças,estudamos juntos,ela sempre foi uma paixão platônica,um sonho,longe do meu alcance.
-É,mas agora não parece tão longe assim!...disse Olavo,e continuou...
-Está a alguns metros.
Carlos falou:
-Os metros são poucos sim,pelo menos fisicamente falando,mas a distância em relação os corações,não sei o quanto...
-A unica maneira de saber é perguntando...(argumentou Rodolfo).
-Falando assim parece fácil...

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