domingo, 19 de junho de 2011

As faces do Destino(parte 4)

Os dois se olharam apenas por alguns segundos,Adriana logo desviou o olhar e seguiu o corredor,rumo ao toiletti,isso para Carlos,foi como um soco no estômago.
Pensamentos tomavam conta da sua cabeça.
"...Ela não se lembra de mim mesmo,não se lembra do menino de nove anos,que se apaixonou por aquela menininha linda da sua classe do primário,do adolescente que se apaixonou por ela novamente no ginásio,e não se lembra por fim,do homem que esteve com ela no ponto de ônibus(antigo),se abrigando de um temporal.
Tudo bem que ela estava tão assustado neste último encontro que mal olhou para ele,mas ele sabe que ela olhou,pelo menos por um momento.
Esses pensamentos fez Carlos estremecer,e perder o rumo,a mulher que o fez pensar em amor pela primeira vez,que embalou os sonhos puros de sua infância,que fez sua adolescência mais feliz,nem se quer sabia quem era ele...
O celular não dava sinal,Carlos meio desanimado vai até a mesa falar com Rodolfo e Olavo.
-Estou indo gente !
-Ei...ei...como assim? o que houve? - se preocupou Rodolfo.
-Nada não,preciso ir !
-Algum problema com Dª Joana? - perguntou Olavo.
-Não,o sinal aqui tá ruim,nem consegui ligar pra ela,mas daqui a pouco vou  pra casa!
-O que houve Carlos? - insistiu Rodolfo - você estava todo animado aí,por conta da história com a Adriana,agora aparece desse jeito,você não parece bem !
-É só uma dor de cabeça,mas logo passa,valeu pessoal !
Deu um sorriso amarelo,se cumprimentaram,e se despediram,claro que a desculpa da dor de cabeça não colou,principalmente para Rodolfo,mas ele percebeu que Carlos queria ficar só !
A essa altura,Adriana já havia voltado a mesa,para se juntar as amigas,mas Carlos nem percebeu,já não interessava mais nada naquele momento...
...Mas Adriana ao voltar para a mesa,enquanto Carlos saía,olhou mais um momento para ele,e pareceu se lembrar,parecia um rosto conhecido,"claro,o moço do ponto de ônibus(antigo),do temporal,enquanto estava no toiletti,ela quebrou a cabeça para se lembrar do rosto que vira no corredor antes de entrar,até que quando saiu e ele já estava rumando para porta de saída,ela como num estalo se lembrou,mas estranhamente,o rosto dele naquele momento,lhe pareceu ainda mais familiar...
Lá fora já estava um pouco frio,era a madrugada chegando,Carlos montou em sua moto,uma CB500 de cor cinza,e partiu,em destino ignorado,até para ele mesmo.
andou devagar,pensativo,e parou...!
Depois de maia hora,parou na praça,estacionou a moto,e foi se sentar em um banco.
Já estava muito tarde para ligar para Dº Joana,preferiu não ligar,melhor deixa-la dormir,ela acordava cedo,e logo,logo,estaria de pé.
No silêncio da noite ele escuta claramente o seu nome.
-Carlos?
Ele se vira,e contempla uma linda visão!
Marcinha,loira,cabelos longos,olhos incrivelmente verdes,1,70 de altura,linda como sempre foi,simpática,muito educada,e inteligente.
Marcinha foi namorada de Carlos,durante dois anos,na faculdade,depois do término do namoro,ela foi para a capita(São Paulo)!
-Marcinha? - ele responde com surpresa ao revê-la.
-Nossa,quanto tempo Carlos !
E fazia realmente muito temo,pelo menos três anos e maio que não se viam.
-Como está você Carlos?
-Estou bem,e você?
-Parece triste,estava tão longe,pensativo !
Marcinha sempre percebeu as coisas,não adiantava esconder nada dela,durante o tempo de amizade,e de namoro,ele jamais conseguiu esconder nada dela.
-Não adianta dizer pra você que não né?
-Você pode até dizer que não meu querido,mas estará mentindo apenas para você.
Ela sabia como cativar.
Sempre foi assim...
-Tudo bem meu querido,nós dois sabemos que você está triste e pensativo,você sabe porque,eu não,e não vou saber se você não me contar,se quiser dizer,tudo bem,terei prazer em ouvi-lo,mas se preferir não falar,também não tem problema,só não quero que você fique com essa cara de velório enquanto estivermos juntos.
Ela lhe estendeu a mão.
Ah Marcinha,ela sabe o que fazer,e como fazer.
-Me acompanha? - ela perguntou
Ele sabia que não adiantava dizer que não
-Sim,claro !
Ela entrou em seu carro,um honda civic prata,e ele em sua CB500,e partiram,ela na frente,ele atrás.
Chegaram próximo a um prédio,que Carlos reconheceu de imediato,era o destino mais uma vez,brincando com ele,eles estavam em frente ao "Solar das Flores",mas desta vez,Carlos iria entrar,e passar pela porta de vidro escuro,rumo aos elevadores.
Marcinha desceu do carro e foi até o interfone,avisou o porteiro,Sr.Ariovaldo, sobre o visitante,Carlos já havia estacionado a moto,esperava,ela se aproximou.
-Pode entrar querido,passa pela portaria,de seu nome ao porteiro,vou estacionar e subo para te encontrar ok?
-Você mora aqui?
-Estou no apartamento de um tio querido,porque?você conhece que mora aqui?
-Não...não !
Ela se aproxima,da um selinho nele,e vai para o carro.
Marcinha entra no carro,dirigi em direção a garagem,Carlos se dirigi ao portão,ouve o som da tranca sendo liberada pelo porteiro Ariovaldo,e entra.
Bate o portão para fecha-lo,abre a porta de vidro escuro,passa por ela,e encontra do outro lado,o sorriso amistoso do porteiro Ariovaldo.
-Boa noite - diz o porteiro prontamente.
-Boa noite ! - responde Carlos.
Marcinha já havia estacionado o carro,e estava chegando próximo, a Carlos,e Ariovaldo,em um dos braços,trazia sua bolsa.
Carlos anotou seu nome e seu RG,em um papel que Ariovaldo lhe entregou,normas do prédio,Carlos e Marcinha se despediram,com mais um boa noite,e se foram,rumo aos elevadores.
O elevador já estava lá,o mesmo que Marcinha havia subido do subsolo,entraram,ela apertou o décimo quinto andar,e o elevador começou a subir...
Mal havia começado a subir o elevador,Marcinha procurou a boca de Carlos,com fome,e saudade...
E ele não se fez de rogado,e o beijo aconteceu,úmido,longo,e lento,e é claro,delicioso.
O elevador chegou,desceram,foram até a porta número 110,ela tirou a chave da bolsa,abriu a porta,eles entraram,foi a porta se fechar,Marcinha tranca-la,para começar mais um beijo,e outro,ela colocou um som ambiente,para relembrar os velhos tempos,uma taça de dry martine,e  uma noite de amor,e prazer.
Abraçar o corpo de Marcinha novamente,é voltar a um passado delicioso,ela se entregou a ele sem medo,e ele,deixou seu corpo a mercê das mãos espertas,e sedentas de saudade de Marcinha,e passaram uma noite de amor,maravilhosa.
..."Adriana desce de um carro em frente ao "Solar das Flores",um veículo preto,de longe seu Ariovaldo não consegue distinguir que veículo é,mas é um sedan grande,não consegue também visualizar quem desceu,e quem está no veículo,no bando do motorista,nuca viu o veículo por ali,a pessoa que desceu parece discutir com o motorista,fala alto,e ele descobre que se trata de uma moça,mas não vê que é a moradora Adriana,seu Ariovaldo fica assustado,neste instante Carlos desce do elevador,seu Ariovaldo pese que ele tome cuidado,e fala o que está havendo em frente ao prédio.
Mas Carlos tinha que sair,pegar sua moto e ir embora,e de repente,um tiro ecoa na escuridão...
O veículo arranca,e Carlos vê alguém caído na calçada,ele corre,seu Ariovaldo também,chegam próximos,ele reconhece a roupa que ela estava no barzinho,mas não quer acreditar...
Uma poça de sangue na calçada,o tiro foi certeiro,na cabeça,Carlos não quer acreditar no que vê,com o estômago embrulhado de tanta tenção,ele a vira para si,e vê seu rosto,e não contém a emoção,a dor,a culpa por não ter saído antes para intervir na discussão,e solta um grito,desesperado,e dolorido,sente uma mão no seu braço,e ouve a voz de Marcinha lhe chamando.
-Carlos?Carlos?...

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