quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As Faces do Destino(parte 10)

-Marcinha? - Adriana se assusta  - o que houve?
Sim,Marcinha,ela estava pálida,com um aspecto horrível,não dormira a noite toda,apenas chorando,durante toda a noite.
-Posso entrar? - a voz de Marcinha era apenas um fio,e ela desaba novamente,Marcinha não consegue se controlar,e chora...
Sem entender muito bem o que está acontecendo,porque elas jamais foram amigas,e Marcinha jamais esteve na casa de Adriana,e muito menos Adriana havia estado um dia se quer,na casa de Marcinha,nem mesmo nas festinhas de aniversário,quando eram crianças,e nem quando eram adolescentes,quando eram crianças,é claro,as mães tanto de uma,quanto da outra,convidavam todos os amiguinhos da sala para as festas,mas tanto Adriana,quanto Marcinha,arrumavam uma desculpa para não aparecer,enviavam apenas o presente,e um pedido de desculpas por educação,com o tempo as mães,é claro,perceberam a antipatia entre as duas,mas,melhor não comentar o fato,na adolescência,aí uma não convidava a outra mesmo.
E agora Marcinha bate a porta de Adriana,com uma aparência lamentável,Adriana diante desse fato,liga no restaurante,e avisa que chegará mais tarde.
-O que houve Marcinha?qual o problema?
Apenas choro,Marcinha não parava de chorar.
-Só um minuto Marcinha - Adriana pediu.
Ela apenas balançou a cabeça concordando.
Adriana foi até a cozinha,e preparou uma água com açúcar para tentar acalmar Marcinha.
Ela levou a água,e a ofereceu a sua inusitada visita.
-Toma,bebe devagar,em goles pequenos.
Marcinha,até para uma certa surpresa de Adriana,obedece prontamente,mas também,ela não estava em condições de contestar nada,parecia muito frágil naquele momento.
-Obrigada - Marcinha agradeceu Adriana,naquele mesmo fio de voz.
-Parece que sua noite passado,não foi muito boa - falou Adriana.
-A noite passada,eu morri - as palavras de Marcinha fizeram um arrepio passar pelo corpo de Adriana.
-Porque você está dizendo isso?
-Porque foi exatamente o que aconteceu.
Adriana pensou por um segundo,que a aparência de Marcinha parecia mesmo,com a de um fantasma,mas afastou o pensamento rapidamente.
Marcinha continuou.
-Me sinto como se alguém me tivesse enterrado viva!
Adriana percebia nas palavras de Marcinha,toda a sua amargura,e sofrimento.
-Mas o que aconteceu Marcinha?
Sem mais nem menos,Marcinha começa a sorrir,um sorriso contido.
-Que engraçado! - Marcinha começa a falar - a gente nunca se gostou,lembra?
Adriana faz sinal afirmativo com a cabeça,e Marcinha continua...
-Desde o 1º ano,foi antipatia a primeira vista - as duas riem.ainda que moderadamente.
-E agora estou aqui - Marcinha continuou - atrapalhando você,como se você fosse minha melhor amiga,eu sou ridícula eu sei!
-Marcinha - Adriana pergunta novamente,agora com uma certa impaciência no tom de voz - mas o que afinal de contas,está acontecendo?
-To muito perdida Adriana,machucada,confusa.
Adriana sabia que era verdade,pois ela estava em sua casa,e para Marcinha estar em sua casa,só estando muito perdida mesmo,desorientada,confusa...
Marcinha começa a falar...
-To muito ferida,envergonhada,sem rumo,meu coração está despedaçado,não acredito em tudo o que aconteceu até agora,dói muito ainda.
-Mas quem fez isso com você?
-Eu!
Adriana estranha a resposta.
-Isso mesmo Adriana,nós machucamos nós mesmos,não precisamos de ninguém,nós somos o nosso próprio vilão.
-Marcinha!
-É isso mesmo,insisti a vida toda,lutei por um amor que não era meu,quis convence-lo de que seria especial se ele fosse só meu,que seria o mundo perfeito ao meu lado,que lhe daria tudo,eu estava disposta sim a dar tudo para ele,mas não era o suficiente,jamis seria entende?
Adriana só balança a cabeça afirmativamente,está totalmente envolvida na narração de Marcinha...
Marcinha continua...
-Ele sentia tesão quando estava na cama comigo,claro que sentia,eu fazia de tudo para agrada-lo,tudo,se ele me pedisse o mundo,eu dava,se ele me pedisse o sol,eu daria um jeito de ir busca-lo,se pedisse minha vida,ela faz uma pausa,nem precisava,minha vida sempre foi dele,eu morreria por ele!
As lágrimas voltam com força total,Marcinha se entrega ao choro com sentimento e dor,Adriana não suporta,e lágrimas também rolam sem seu rosto,vendo aquela mulher,que desde criança,sempre fora uma fortaleza,desabar bem a sua frente.
Neste momento ela não via sua antiga rival em sua frente,mas sim uma mulher,sofrendo pelo abandono.
Marcinha se refaz aos poucos,e recomeça.
-Desculpe.
-Imagine,tá tudo bem?
-Mais ou menos.
-Você foi abandonada,é isso?
-Essa não é a expressão! - Marcinha tenta um sorriso,mas sem muito sucesso.
-Porque foi deixada?o que aconteceu?pra isso chegar a esse ponto.
-Ele ama outra!sempre amou,ama você!
Adriana se espanta com as palavras de Marcinha...
-Marcinha,eu acho que você tá muito confusa!
-Carlos,lembra dele?
-Carlos Augusto Sampaio?
Adriana quase gaguejou ao falar o nome Carlos,ela não podia acreditar,se lembrou dele na noite de ontem,depois de dois "encontros",em que ela não o reconheceu,sim agora veio em sua mente um flash rápido,ela passou por ele no barzinho em que estava com suas amigas,desviou o olhar muito rápido,mas agora se lembra,e começa a odiar sua memória por ser tão relapsa.
-Pois é,Carlos,ele sempre te adorou,e eu sempre adorei ele,claro que tudo começa com uma amizade inocente,preferências de amiguinhos,mas ai a adolescência vai chegando,e tudo vai ficando claro,e quanto mais claro,mais complicado,porque o que fica claro para um,também fica claro para o outro,no meu caso,ficou claro o amor por Carlos,no caso dele,ficou claro o amor por você.
Marcinha parecia mais calma,já não chorava mais,falava com tranquilidade,se fazendo entender muito bem,e continuou...
-Ele não tinha expectativas em relação a você,porque você nunca fez um gesto que não fosse de amizade para com ele,aliás,sua vida amorosa desde então,é um mistério para todos!
As duas riram do comentário de Marcinha,e ela prosseguiu...
-Foi aí que eu vi minha chance chegar,e aproveitei,acabando o ensino médio,você foi para outra cidade,e nós,por ironia do destino,acabamos na mesma faculdade,aí pensei,é agora ou nunca.
Lancei mão de tudo o que eu podia,não ia permitir que meu amor escapasse pelas minhas mãos,sem ter uma rival a sua altura por perto,fiz tudo o que eu podia ter feito,até que ele não aguentou,sucumbiu aos meus encantos,e viramos namorados.
Foram dois anos de puro sonho,pelo menos pra mim,te-lo foi o mais próximo que cheguei do céu,foi incrível,foi único,foi maravilhoso,é claro que as vezes pintava aquela neura,e se ela voltar?será que ele me larga?será que ele me trairia com ela?procurava não ficar pensando nisso,queria aproveitar os momentos com ele,mas tinha horas que surtava,muitas vezes,e não foram poucas,sentia ele distante,sabia que estava pensando em você,então pulava em cima dele,e voltava sua atenção pra mim,e foram dois anos assim,até que ele chegou em mim,e terminou.
-Mas porque?qual o motivo?
Adriana quis saber.
-Acho que ele já estava saturado,aguentou o quanto pôde!
-Aguentou o quanto pôde?com uma mulher linda como você?
-Nessas horas,nesses casos não conta a beleza Adriana,e sim o coração,e o coração dele,é seu,sempre foi,sabe,eu acho que ele tentou sabe!principalmente no começo,sempre muito carinhoso,atencioso comigo,não que depois ele tenha deixado de ser,nada disso,mas no começo,foi muito bom,na verdade,essa fase linda durou mais ou menos,um ano e uns meses,é que apenas dois anos com o amor da minha vida,pra mim foi muito pouco,engraçado - Marcinha sorri - foi muito pouco,mas vou me lembrar pro resto da minha vida,foi um sonho,um lindo sonho.
-Um sonho que voltei a sonhar a poucos dias,ficamos juntos por uma noite,mas sei que foi por sua causa,tenho certeza,ele estava muito triste,foi na noite de sábado.
Adriana pensa(a noite no barzinho)...
-Encontrei ele muito triste,ele não sabia que eu estava aqui,quando ele largou de mim,sabia que não ia aguentar vê-lo todos os dias,então fui embora pra outra cidade,não queria mais encontra-lo,e não nos vimos mais até aquela noite,senti o momento ,a surpresa de me ver,como o que me parecia um sentimento de decepção,era o que eu precisava,usei meu poder de sedução,e persuasão,para ter meu sonho mais um pouquinho comigo!
-E novamente foi lindo,mas acabou - as lágrimas voltaram,moderadas,mas voltaram - eu lutei de novo,mas senti que foi a última vez que fui amada por ele,eu insisti,fui até o limite,até ele não conseguir mais,e ele não aguentou,e ontem me falou tudo,e me disse que era você,é você quem ele ama.
Adriana está paralisada,é muita revelação para uma só manhã,ela está tão atônita,que olha o relógio sem nem perceber o que fazia...
-Desculpe - Marcinha se levanta - já tomei bastante o seu tempo.
-Imagine,olhei no relógio por olhar,foi uma reação impensada,to meio perdida,com tanta informação.
-Eu sei,desculpe despejar tudo assim,mas acho que não tinha outro jeito.
Marcinha se encaminha até a porta,Adriana a acompanha,Marcinha para,para que Adriana abre a porta.
-Ta tudo bem? - Adriana pergunta - não quer uma água?
-Não,ta tudo bem obrigada,eu só quero que você fale com o Carlos,nem que seja para dizer a ele,que não quer nada com ele,mas fale,alguém que te ama tanto assim,a tanto tempo,merece que você pelo menos de uma satisfação,nem que seja para dizer que não quer,entendeu?
Adriana faz sinal de afirmativo com a cabeça.
-Ah,e não diga a ele,que foi eu quem te contou,anota o telefone dele!
Adriana pega um bloco,e uma caneta,e anota o número que Marcinha lhe ditou.
-Ligue pra ele!
-Eu vou ligar,só mais uma coisa!como você entrou sem ser anunciada?conhece o porteiro?
-Não,eu moro aqui!
-O que?
-Na verdade estou aqui - Marcinha sorri - No apartamento do meu tio no décimo quinto andar,número 110,mas já estou de saída,estou indo embora,não tenho porque ficar nesta cidade,tchau.
-Tchau.
-Boa sorte,espero que de tudo certo,amo Carlos,quero vê-lo feliz,e se a felicidade dele for você,então que seja assim.
-Preciso pensar em tudo isso,tenho muito o que pensar.
-Tem sim,espero que o destino jogue a favor da felicidade do amor...do meu grande amor.
-E você?e sua felicidade?
-Eu fui feliz,muito feliz...por dois anos.
Marcinha encosta perto da porta,Adriana abre,mas segura o braço dela,e lhe da um abraço.
Marcinha retribui o gesto,nenhuma das duas fala nada,Marcinha chora novamente,mais uma vez,se despedem.
-Tchau Adriana.
-Tchau Marcinha.
Marcinha se encaminha para o elevador,Adriana fecha a porta,é última vez que ela vê Marcinha.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A Guilhotina Moderna...

Quando entrei fui muito bem recebido é claro.
Mas no semblante dele,percebi que algo não ia bem:
-Bom dia!como vai?
-Você vai me dizer!!!,e você como vai?
-Bem - esse "Bem",veio com um sorriso não muito convincente pra mim,mas...enfim.
Estava claro pra mim naquele momento que não viria boas notícias.
Aliás,desde a primeira dor,quando tudo isso começou,eu sabia que não teria boas notícias no final.
E agora eu estava de frente pro crime,a verdade materializada de branco,na minha frente,com um envelope na mão.
Tive pesadelos com esse momento,mas nos pesadelos,ele nunca terminava a frase,nunca chegava a me dizer nada do que eu tinha que saber.
Mas agora era a hora,não tinha jeito,não ia acordar,ele me olhava,a espera para mim era mais ou menos,como aquela pessoa que está na guilhotina,esperando para descer a lâmina e decepar a sua cabeça.
Se bem que eu nunca havia estado prestes a perder o pescoço em uma guilhotina,mas algo me diz que a pessoa que já estivera nessa situação,sentira o mesmo que eu senti naquela hora,tenho certeza.
E foi então que a guilhotina desceu...:
-É,infelizmente é maligno!
Pronto,meu veredicto,a guilhotina desceu,e acertou bem no meio do pescoço(câncer),a diferença,é que a guilhotina,ainda não me matou,ainda tenho uma chance de virar este jogo,ainda posso vencer,só tenho que lutar,com todas as minhas forças,com minha esperança na VIDA,com toda minha fé...
A guilhotina moderna nos dá essa opção...

"Este texto é fictício,bom,pelo menos para mim,seu autor,mas muitos já passaram por essa sensação de guilhotina,frente a frente com uma pessoa vestida de branco lhe dizendo...-É,infelizmente,é maligno...
só resta,a luta,a fé,e a esperança,de que tudo pode,deve,e vai mudar..."

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

As Faces do Destino(parte 9)

Carlos acorda assustado,a luz do quarto ainda está acesa.
-Nossa!outro pesadelo...
Quando se recostou na cama,devido ao cansaço do dia de trabalho,e a conversa com Marcinha,sem falar no comentário de sua mãe sobre ele não saber nada sobre Adriana!...
Ele acabou adormecendo,cochilando,acordou com o grito de Marcinha em seu pesadelo,a luz do quarto acesa ajudou-o a não se assustar ainda mais,a toalha molhada ainda em sua mão,e um fundinho de dor de cabeça.
O relógio marcava 22:30hs,resolveu dormir,colocou uma camiseta,colocou um shorts,foi até o banheiro e pendurou a toalha para seca-la.
Voltou ao quarto,foi se deitar,e torceu para não ter mais pesadelos...
No "Solar das Flores",Adriana checa seus e-mails,e trabalha um pouco,depois acaba enjoando e vai fazer um lanche,come,bebe um suco de laranja,e vai para sala,afim de ver um pouco de tv,liga a tv mas acaba se distraindo,quando pega um album de fotos para ver...
Fotos que a fazem voltar no tempo,viajar em um passado onde gosta de estar,as amigas de sempre,as mais ou menos amigas,e as nada amigas,entre elas,Marcinha,sim,elas nunca se deram.
Adriana achava Marcinha nojenta,e Marcinha achava Adriana um porre,muito chata.
Elas sempre,para azar das duas,estudaram juntas,desde o primeiro ano,e já não se suportavam,desde crianças,e foi logo no primeiro ano de escola,que Marcinha se encantou com Carlos,claro que no inicio como amiguinhos de sala,e de escola,e Carlos,desde o primeiro ano também,se encantou por Adriana,desde o primeiro olhar inocente.
Passando pelas páginas daquele album,Adriana viajou em cada página,até chegar a última delas,as fotos do último ano do ensino médio(2º grau),fotos do churrasco na chácara,e da colação de grau no clube da cidade,todos muito bem vestidos,tudo de muito bom gosto,uma linda festa,reunindo os familiares de todos eles,professores,funcionários do colégio,e de repente,uma foto deixa Adriana de boca aberta,quase sen folego,a faz paralisar por alguns segundos,ela não consegue acreditar.
-Meu DEUS!não pode ser - ela pensa em voz alta - não pode ser!
Os inseparáveis,assim estava escrito logo abaixo da foto,Olavo,Rodolfo,e...Carlos:
-Não acredito,eu não acredito,Carlos?mas espera aí!
Adriana começa a juntar algumas peças,o dia da chuva,o "abrigo" improvisado em um ponto de ônibus antigo,o encontro no barzinho de relance,ela desviou o olhar muito rápido,agora ela se lembra...
-Era ele - Adriana junta as pontas do quebra-cabeças - eu não acredito,será que ele não se lembrou de mim?ou se lembrou e ficou acanhado de falar?mas também eu estava tão assustada...
Agora os pensamentos de Adriana se misturavam,pela surpresa de reconhecer um velho amigo de escola,que ela encontrara,ou reencontrara em um dia confuso,em um final de tarde,onde se aproximava uma tempestade,e o encontrara naquele tipo de "abrigo",um velho ponto de ônibus,e não o reconhecera naquele momento,talvez o fato de estar muito assustada com sua chegada repentina ao ponto de ônibus,deve ter sido isso que a fez não prestar mais atenção no homem que havia acabado de entrar,afinal ele poderia ser qualquer coisa,um ladrão,um estuprador,um...bom,mas no final era apenas ele,Carlos,que ela não reconheceu,e no caminho até o "Solar das Flores",continuava muito assustada,tão assustada,que nem se lembra de ter se despedido dele.
Ela fecha o album de repente,como se algo a tivesse assustado,fechou tão depressa e com tanta força,que ouviu-se um baque,tão alto que,se alguém estivesse perto,assustaria.
Ela não estava fechando apenas o album,estava querendo se livrar da lembranças que acabaram ficando confusas,e embaralhando seus pensamentos.
Desligou a TV,guardou o album,e foi para seu quarto,lá tomou um banho,um longo e delicioso,e relaxante banho,mas nem isso fez seus pensamentos cessarem...
Desligou o chuveiro.se enxugou,enrolou-se na toalha,e foi até o espelho,passou creme no rosto,tirou a toalha,passou hidratante em todo seu corpo,ficou mais um pouco em frente ao espelho pensando,depois vestiu uma calcinha branca de algodão,ela não gosta de ficar totalmente nua,colocou o sutiã,e foi atá a área de serviço,pendurou a toalha no varal,voltou ao seu quarto,pegou um livro para ler,se recostou no travesseiro,ajeitou-se até ficar confortável na cama,e começou a leitura.
O livro já estava ma metade,uma leitura bem interessante,Desaparecido,de Danielle Steel,mas nesse momento,toca o interfone...
-Boa noite Dª Adriana,desculpe o incomodo - se desculpa o porteiro Ariovaldo - tem uma visita pra senhora!
-Visita?que visita? - Adriana se espanta - não estou esperando ninguém,qual o nome?
Silêncio por um instante,e ansiedade enquanto o porteiro pergunta ao visitante o seu nome.
-O nome é Carlos,Dª Adriana,diz que é um amigo da senhora de muitos anos!
Ela fica muda ao telefone por um instante,ao interfone...
O porteiro insistiu do outro lado:
-E então Dª Adriana,o que eu faço?mando o moço subir,ou a não!
mais alguns segundos de silêncio,e de repente Adriana fala:
-Qual o nome completo dele?
Mais silêncio enquanto ele faz a pergunta ao visitante,e ele volta ao interfone:
-Carlos Augusto Sampaio...
Meu DEUS é ele,mas o que ele faz aqui?pensa Adriana,como pode?será que ele também descobriu apenas hoje?...não,não é possível,é muita coincidência.
Ela decide:
-Mande-o subir por favor.
Adriana está super nervosa com a visita inesperada,seu coração está disparado,as mãos estão suando,a espera de alguém de seu passado.
Se veste rápido,coloca uma calça jeans e uma blusa preta,e se prepara para a chegada de sua visita...
A campainha toca,seu corpo estremesse,ela se dirigi a porta,coloca a mão a maçaneta,gira-a,e abre,e neste momento o telefone celular toca,e a acorda,é Aline,o nome que aprece no display,sua amiga.
E ela pensa,em voz alta...
-Nossa,que sonho doido,parecia real!
E atende o celular.
Começa mais um dia,é terça-feira,Adriana desperta ainda mexida pelo sonho da noite anterior,levanta-se,vai para cozinha,toma seu café,senta-se um pouco na sala antes de entrar no banho,e mais uma vez seus pensamentos estão no sonho que teve,porque esse sonho agora?deve ter sido a surpresa da lembrança sei lá!ela tenta achar o motivo,mas não conseguindo,vai para seu banho.
Carlos também já havia despertado,dormiu sem pesadelos,e sem sonhos,já estava pronto para mais um dia de trabalho,estava a caminho,depois de levantar cedo,tomar seu banho,tomar seu café acompanhado de sua mãe,e seu irmão,dizer um alô pra Sansão,já estava a caminho do trabalho.
Esperava que fosse um bom dia de emprego,mas não sabia o que o destino estava preparando para ele,naquele lindo dia...
Depois do banho e do café,Adriana também iria sair para o trabalho,quando a companhia tocou,ela estremeceu,o susto foi tão grande que a bolsa caiu.
Mas o porteiro não avisou que alguém estava subindo?pensou Adriana,quem pode ser a essa hora?
Ela se encaminhou até a porta,tudo igual ao sonho,pegou,e girou a maçaneta,as mãos estavam suadas,no sonho pelo menos ela sabia o que encontrar,agora abriria a porta as escuras,não sabia o que viria do outro lado,mas quem poderia ser?
Os porteiros sempre avisam quando a alguém pra subir,porque não avisaram?
Quem será?
Ela toma coragem,e abri a porta de uma vez,e se surpreende com a visita,ela realmente não esperava uma visita daquelas em horário nenhum,muito menos tão cedo...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

As Faces do Destino(parte 8)

-Você tem algo pra me falar? - Carlos queria saber...
-Não! porque? - Marcinha estranhou o tom na voz de Carlos.
Neste momento Helena se aproxima,Marcinha disfarça seu rosto molhado pelas lágrimas,tirando um lenço de dentro de sua bolsa para enxugar o rosto.
-Bom queridos - Helena começa a falar - tenho que sair,mas fiquem a vontade,algum problema Marcinha?
-Não,não querida.só uma história triste que o Carlos estava contando!
-Oh - Helena olha para Carlos - um rapaz tão bonito contando histórias tristes?
-Dou minha palavra que paro! - disse Carlos.
Eles riram,e Helena como havia comentado,saiu!
Carlos insistiu...
-E então mocinha!que riso era aquele no seu rosto?
-Que riso Carlos!eu estava chorando.
-Ah é! - quando Carlos ia continuar o celular tocou,sua mãe.
-Oi mãe!desculpa,estou aqui com a Marcinha!
Marcinha faz um gesto de quem está mandando um beijo.
-A Marcinha ta mandando um beijo mãe!tá,outro pra você - Dª Joana retribui a gentileza.
-Tudo bem mãe,não,não se preocupe,acho que não vou jantar,tá bom,beijo,até daqui a pouco.
-E então mocinha? - Carlos quer saber.
-Que foi Carlos?que coisa!
-Fala Marcinha!
-Quem veio aqui pra falar foi você!
-Então,eu já falei,acho que agora é a sua vez - Carlos parecia decidido.
Mas Marcinha não iria ceder tão fácil.
-Olha sua mãe já ligou,eu também preciso ir,porque tenho um compromisso.
-Você vai falar!
-Carlos por favor não seja criança.
-Eu já falei pra você,o que você queria ouvir.
-Eu,na verdade,não queria ouvir isso - as lágrimas caem novamente pelo rosto de Marcinha ao terminar a frase,não tinha como evitar,elas brotavam dos seus olhos,sem que ela pudesse fazer alguma coisa.
-Eu sei,eu sei - Carlos fica sem graça.
-Vamos lá vai - Marcinha chama para irem,as lágrimas caindo em seu belo rosto.
-Ok,então vamos - Carlos concorda.
Carlos pede a conta,paga pelas bebidas,(o salgado ficou como cortesia),e os dois saem.
-Vamos lá,eu te levo - Marcinha se oferece.
-Não precisa,você tem um compromisso,pode ir,eu pego um ônibus,você ta perto sua casa,não vai me levar do outro lado da cidade.
-Não seria nenhum empecilho,ta tudo bem...
-Bom,nós ainda precisamos falar!
-Carlos,nós já falamos,eu já entendi.
-Porque por trás desse choro,desse rosto desanimado,havia um ar de cinismo?
-Não era cinismo,era só a constatação do que eu já sabia,mas como sempre,sou insistente mesmo,mesmo sabendo que a parada era quase perdida,paguei pra ver,e perdi.
Eles vão até o carro,entram,Marcinha e Carlos,partem calados,até o destino,Vila Isabel,onde Carlos mora com sua mãe Dª Joana,e seu irmão Caio,e Sansão(seu companheiro fiel,seu cão),silêncio...da saída do barzinho,até a parada em frente ao nº28,da rua Olavo Bilac,na Vila Isabel,a residência de Carlos,local que Marcinha conhecia muito bem,eles se olharam sem nada dizer,quando Carlos foi falar,Marcinha não deixou...
-Não...não fala nada Carlos,por favor!
Carlos fez um olhar espantado de surpresa,e ela continuou...
-Deixe assim como está,tchau,preciso ir...
Carlos não disse nada,saiu do carro,ficou olhando Marcinha sair,e virar a esquina,no seu íntimo,ele sabia que Marcinha tinha algo mais a dizer,mas resolveu deixar como estava,afinal o que fazer?
Sansão como sempre veio ao encontro de Carlos no portão.
-Oi garoto!
-Mas o que houve? - Dº Joana o  esperava na área...
-Oi mãe,boa noite!nada não,estava me acetando com a Marcinha...
-E ela como está?
-Agora um pouco chateada,mas via passar!
Quando Carlos entrou,Dª Joana e Sansão estavam na área a sua espera.
-Mas o que houve?
-Nada mãe.apenas uma conversa definitiva,entre eu e Marcinha.
Dª Joana,é claro,iria querer saber todos os detalhes dessa conversa.
Mãe e filho conversaram enquanto ele preparava um lanche para ele,Sansão cumprimentou o dono,e como sempre foi para o seu lugarzinho nos fundos.
Caio como de costume não estava em casa,havia saído.
Os dois conversavam enquanto Carlos ia degustando seu saboroso lanche,feito pelas mãos precisas d Dª Joana.
Entre uma mordida e outra,ele foi narrando tudo o que aconteceu na conversa com Marcinha,no barzinho.
Quando terminou,Dª Joana perguntou:
-E agora?
-E agora o que mãe? - Carlos não entendeu a pergunta.
-O que vai fazer?sabe alguma coisa sobre a Adriana?se namora,se está com alguém,se é noiva?casada,o que aconteceu na vida dela desde então,afinal fazia tempo,muito tempo que não se viam...
De repente Carlos sente um calafrio percorrer seu corpo.
Afinal,ele não sabia nada sobre Adriana,havia muito tempo sim,que não se viam!até aquele encontro inesperado,no ponto de ônibus antigo,aquele "abrigo",não sabia se ela tem um namorado,embora estivesse sozinha no barzinho com as amigas,mas isso não quer dizer nada,ele poderia estar viajando,trabalhando,ou simplesmente poderiam estar brigados,quem sabe?
Ela poderia sim ser noiva,ou até ter um filho,ou filhos!sua mãe estava certa sim,não sabia nada sobre Adriana...
-Carlos! - Dª Joana desperta Carlos de seu pesadelo.
-Oi
-Come menino,e deixa pra sonhar acordado depois.
Ele continua a comer,porém,o lanche,embora estivesse,como tudo o que Dª Joana faz.delicioso,já não tinha o mesmo sabor,perdeu o gosto.
Mais uma vez,está plantado no coração de Carlos,a duvida,o amor por ela que estava adormecido em algum canto do seu coração,renascera com força,e agora tomava conta novamente do seu coração.
-Meu DEUS,tudo de novo!
Carlos começava a se desesperar,mas não havia muito a fazer no momento,foi tomar um banho,depois de engolir o lanche,que desceu meio atravessado na garganta.o banho poderia relaxa-lo um pouco,é no que ele apostava.
Tomou seu banho,desejou a sua mãe uma ótima noite e foi se deitar,tentar descansar.
"Quando saiu da casa de Carlos,as lágrimas no rosto de Marcinha transbordavam,e já não paravam mais,e ela acelerava seu carro,em prantos,e pensava no seu grande amor,Carlos,que não a amava,e ela o queria mais do que a sua própria vida,morreria por ele,o amava loucamente,mas já sabia que não havia mais nada a fazer,e no desespero,em meio a todo o pranto e toda a dor,Marcinha grita desesperada o nome do seu grande amor,um grito carregado de emoção,e dor,muita dor...
-Carlossssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss!!!
E com o grito ouve-se uma pancada forte,um barulho horrível,Marcinha bate seu carro em um poste,e com o impacto da batida,o carro capota várias vezes,e explode...