quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

As Faces do Destino(parte 11)

Com a manhã de trabalho toda perdida,Adriana resolve adiantar algumas coisas pelo computador,sua cabeça gira,recordando momentos da conversa com Marcinha,precisaria se concentrar muito,se quisesse fazer algo produtivo.
Não muito longe dali,no escritório de contabilidade onde trabalhava,Carlos não fazia ideia do que esta se passando no "Solar das Flores",trabalhava sem saber o que se passaria mais trade,naquele dia.
Sentada na frente do computador,Adriana olhava a tela,mas não via nada,só ouvia a voz de Marcinha em sua cabeça.
Olhou para trás,e viu o bloco de anotações,em cima da mezinha de centro,na sala,lá estava  número do celular de Carlos,respirou fundo,e tentou voltar a trabalho...
Assim o dia foi passando,mais tarde Adriana saiu para ir até o restaurante,como havia passado a manhã toda ausente,mesmo com a cabeça cheia,precisava estar lá na parte da tarde.
No "Solar das Flores",no décimo quinto andar,Marcinha acabara de fazer suas malas,como se um trem tivesse passado por cima dela,era assim que ela se sentia,estava em pedaços,mas...precisava ir,já não dava mais para adiar.
-Não há mais nada que me prenda a essa cidade - pensou em voz alta - acabou!!!
Mais lágrimas desceram pelo seu lindo rosto,sabia que não adiantava mais chorar,mais era incontrolável,mas se recompôs,era hora de ir,não dava mais para ficar ali.
O zelador,que ela havia pedido para ajudar com a mala chegou,ela agradeceu a atenção,e pediu que ele a ajudasse,com ele estava o motorista do táxi que ela havia pedido,ela também  agradeceu,e o zelador explicou que pediu a ajuda dele para ser mais rápido e não precisar voltar,afinal,eram três malas,sendo que duas,bem pesadas,Marcinha disse que tudo bem,sem problemas,melhor assim.
Desceram com as três malas,o zelador Robson,mais forte,levou duas malas,um pesada,e a outra um pouco mais leve.
Ela deixou a chave do apartamento de seu tio na portaria,agradeceu ao porteiro e saiu,lá fora,Robson e o taxista já havia colocado as malas no carro,ela o agradeceu,por toda a atenção que tiveram com ela,no tempo em que esteve morando no apartamento de seu tio,Robson estranhou,"Dª Marcinha",como ele a chamava,nunca foi uma pessoa amável com os funcionários do prédio,não que fosse mal educada,mas sempre parecia meio distante,mas ela parecia muito diferente,além de muito triste também.
Quando saiu,Marcinha deixou uma gratificação para os funcionários do prédio,em agradecimento,pediu para o zelador Robson pegar o dele,e distribuir a parte dos outros.
Robson agradeceu a gentileza,Marcinha entrou no táxi e partiu,eles não souberam mais notícias dela.
Mais um dia de trabalho quase no fim,Carlos está finalizando algumas coisas,fechando os programas do computador,para ir embora,seu celular vibra,ele pega o aparelho,no display,um número que ele não conhece!
"Quem será?",ele pensa,ele não pode atender naquele momento,o chefe é rigoroso com ligações de celular durante o expediente,ele prefere que use-se o telefone do escritório,mesmo que a ligação seja particular,ele não acha legal um cliente entrar no escritório,e ver um funcionário falando ao celular.
Resolveu que ligaria depois.
Guardou tudo,desligou o computador,e saiu,na saída encontra Gerson:
-Opa!tá esperto hoje em marujo...
Carlos sorri,e responde:
-É capitão,aprendi a lição.
-Beleza,bom descanso.
-Pra você também.
Apertam as mãos e vão para sentidos opostos,Carlos para o ponto de ônibus,Gerson,para o estacionamento pegar o seu carro.
Quando começa a andar,o telefone toca,no escritório o celular fica sempre no sistema de vibração,para não chamar atenção pelo barulho,mas sempre que sai,volta o aparelho no modo campainha,ele atende,mesmo sem conhecer o número que aparece no display,e tem uma surpresa...
-Alô!
-Oi,quem fala?
-Gostaria de falar com quem?
-Com o Carlos!
-É ele.
-Oi Carlos,tudo bem?é Adriana!
-Q-quem? - ele gagueja sim!
-Adriana
-Adriana,a Adriana que estou pensando?
-Bom não sei,acho que sim - ela sorri...
-Sim Carlos,sou eu,bom,se for a Adriana que você espera,e se for,precisamos conversar,pode ser?
O que?meu Deus,o que é isso?ela,já sei,eu estou sonhando,claro que é sonho,como pode,como ela me liga?
Porque me ligar?qual o motivo?mas o que está havendo?e como ele tem meu número?
-Carlos?
Adriana " tira" Carlos de seus pensamentos mais do que confusos.
-Oi! oi...
-O que houve?
-Não é,é que não estava te ouvindo direito.desculpe.
-Eu ouço você perfeitamente.
-Deve ser o sinal,mas agora está melhor.
-Eu preciso falar com você,pode ser? - a voz de Adriana parece decidida.
-Claro!tudo bem!quando?
-Se possível,hoje,se você puder é claro!
-posso,posso sim...
-Então passa aqui no meu restaurante,O Paladar,sabe onde é?
-Bom,eu trabalho quase em frente,na verdade estou aqui na frente agora!neste exato momento.
Sim,caminhando alguns metros de onde fica o escritório onde Carlos trabalha,chega-se ao restaurante O Paladar,onde Adriana é proprietária,claro que Carlos não sabia disso,o restaurante fica também,próximo ao prédio onde Adriana mora,"Solar das Flores",por isso ela sempre vai trabalhar a pé pela manhã,volta para casa mais ou menos umas 15:30hs,e quando retorna,na maioria das vezes,vai de carro,pois não gosta muito de andar a noite,porque normalmente sai tarde do restaurante,umas 23:00hs,dependendo do movimento,ela gostava da noite também,para resolver algumas coisas pendentes do restaurante,e revisar o cardápio do dia seguinte.
Mas não era sempre que saía tao tarde,como no dia do encontro inusitado com Carlos,ela saiu mais cedo,não foi de carro aquela sexta-feira,o restaurante,que servia jantar,em sua maioria de pratos finos,frequentado em sua maioria por pessoas da alta sociedade da cidade,aquela noite estava locado,para uma recepção de casamento,então ela saiu mais cedo e voltou a pé para casa aquela noite,pois estavam fazendo noites lindas durante aquela semana toda,e ela queria caminhar acompanhada de um belo luar,mas justamente aquela noite,veio a chuva no caminho para casa,o esconderijo no velho "ponto de ônibus",veio o DESTINO...
Adriana convida...
-Bom,então pode entrar!tudo bem pra você?
-Ok!tudo bem.
"Não,não era um sonho,ela me convidando para entrar,meu Deus,o que é isso?"
Carlos entra,e Adriana já está vindo ao seu encontro...

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